O delegado Rogério Morais, diretor da Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe) da Polícia Civil do Pará, ouvirá hoje pela manhã os depoimentos de Vanessa do Socorro Castro Santos, 27 anos, e Raimundo Cícero Gomes, 33 anos, pais dos gêmeos que nasceram mortos na porta da Santa Casa de Misericórdia, após serem recusados também no Hospital de Clínicas, no último dia 23. Os policiais só ouviram até agora os três paramédicos que estavam na ambulância do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), que prestou socorro e transportou o casal.
O delegado Rogério afirmou que aguarda também a resposta dos ofícios enviados na semana passada à Santa Casa de Misericórdia e ao Ministério Público do Estado (MPE), a este último para que seja designado um promotor de Justiça para acompanhar as investigações policiais.
O policial informou também que pretende ouvir, ainda nesta semana, os médicos de plantão na Santa Casa, bem como os demais funcionários e pessoas envolvidas com o fato. O policial informou que a delegada Paula Liandra deverá também dar prosseguimento nesta semana às investigações de outro caso ocorrido na mesma madrugada e que vitimou um bebê do sexo masculino, que também passou pelo Hospital de Clínicas e pela Clínica Santa Clara, conveniada ao SUS (Sistema Único de Sáude).
A médica Cynthia Lins, plantonista do Hospital Santa Casa de Misericórdia, foi detida na manhã do dia 23, acusada de omissão de socorro a Vanessa Santos, grávida de gêmeos. Os bebês morreram. Laudo do Instituto Médico Legal informou, na semana passada, que os bebês já estavam mortos 48 horas antes do parto, mas isso não exclui as investigações por omissão de socorro à mãe dos bebês. Uma das crianças nasceu em uma viatura do Corpo de Bombeiros, ainda na porta do hospital. A então diretora da Santa Casa, Maria do Carmo Lobato, foi demitida após informar que o hospital não recebeu a paciente por falta de leito na UTI neonatal.
Fonte: O Liberal