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17 de novembro de 2011

Seduc contrata temporários para garantir aulas na rede estadual

Rodolfo Oliveira/Ag. Pará
Cerca de 65% das escolas da região metropolitana de Belém normalizaram as atividades, dentre elas a escola estadual Eunice Weaver, na Pratinha

Da Redação
Agência Pará de Notícias
Atualizado em 16/11/2011 às 19:39

Na manhã desta quinta-feira (17), cerca de 70 professores de um total de 100 contratados temporariamente já devem estar nas salas de aula das escolas da rede estadual de ensino na área metropolitana de Belém. A medida do governo do Estado tem caráter emergencial e visa garantir a reposição de aulas e o cumprimento da decisão do juiz Elder Lisboa, da 1ª Vara de Fazenda da Capital, que determinou o retorno imediato ao trabalho dos professores, que estão em greve desde o dia 26 de setembro.
Sob regime temporário, os professores contratados atuarão nas salas de aula onde a ausência de docentes ainda persiste. Para isso, desde a noite desta quarta-feira (16), a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) toma providências para a contratação imediata dos profissionais, que estão sendo encaminhados às Unidades Seduc na Escola (USEs). A Seduc ainda aguarda o plano de reposição de aulas, conforme deliberado pela Justiça do Estado.
Segundo os números levantados pelas escolas jurisdicionadas às USEs e às Unidades Regional de Educação (UREs), do total de unidades da rede, 64,78% já estão com as atividades normalizadas. Um total de 17,6% estão com as aulas parcialmente paralisadas e um percentual semelhante está totalmente sem atividades escolares.
Em Belém, na área da USE 1, que abrange bairros como Val-de-Cães e Pratinha, das 19 escolas jurisdicionadas, quase a totalidade, 74%, está plenamente funcionando. Já a USE 4, que reúne áreas dos bairros da Cremação, Guamá, Jurunas, Batista Campos e Condor, 13 dos 18 estabelecimentos vinculados estão em funcionamento.
Fora da área metropolitana, a cidade de Marabá, no sudeste do Estado, registrou um expressivo movimento nesta quarta-feira: das 21 unidades de ensino que constituem a rede, apenas uma não retornou. Em Cametá, nordeste paraense, todas as sete escolas da cidade estão com as aulas restabelecidas. Da mesma maneira, os professores da rede estadual que atuam no município de Moju, na mesma região, voltaram às atividades.
Movimento – Na manhã desta quarta, foi claro o comparecimento dos estudantes e de muitos professores que atuam na rede estadual. No bairro do Jurunas, na escola Camilo Salgado, onde são oferecidos os ensinos fundamental e médio, foi registrada uma boa movimentação de estudantes. Quase a totalidade dos alunos teve atividades regulares. Ao todo, são 1.692 alunos. Na unidade, cerca de 60 docentes exercem atividades nos três turnos.
Pela manhã, dos 35 professores escalados, apenas três faltaram, segundo a direção da escola. “Boa parte deles já retornou, muito por decisão da Justiça”, diz a coordenadora pedagógica, Márcia da Conceição. Na unidade de ensino, estudam 40 crianças e adolescentes das ilhas próximas da capital.
Preocupada com a situação da reposição das aulas do calendário, a professora de língua portuguesa Roseth Barata foi uma das que retornaram ao trabalho. “Ficamos paralisados semana passada. Já temos condições de fazer a recuperação. Nosso maior problema com a greve é o conteúdo”, avalia ela, informando que duas turmas tiveram atividades da disciplina ministrada por ela, com um número de total de 55 estudantes.
A direção da escola Camilo Salgado disse que, no início do turno da manhã desta quarta-feira, um grupo de mães de alunos reclamou da possibilidade de reposição de aulas aos sábados. “Elas (mães) disseram que não vão aceitar as aulas nos sábados, pois justificaram que seus filhos têm curso de catecismo ou inglês, e que isso iria prejudicá-los”, contou a coordenadora.
No período da tarde, dos 18 professores previstos de retornarem, foi registrada a frequência de dez, segundo o vice-diretor da unidade de ensino. Ainda pela manhã, perto de 30 alunos de uma turma de 8ª série foi submetida ao exames da Prova Brasil. À tarde, outra turma foi submetida ao exame. Nos dois períodos, os técnicos do Ministério da Educação (MEC) aplicaram as provas com tranquilidade.
A movimentação de professores nas salas de aula também foi observada pelos alunos da escola Lauro Sodré, no bairro do Marco. No fim da manhã, Diego Henrique Silva, 19 anos, estudante do terceiro ano do ensino médio, relatou: “Vieram uns dez professores. Minha turma teve aula de matemática e química 1. Já havia uma boa quantidade de alunos, só na minha turma são 45”. Diego concorrerá a uma vaga no curso de biomedicina na Universidade do Estado (Uepa) em Marabá e na Universidade Federal do Pará (UFPA).
Sérgio Chene – Seduc
Fonte: http://agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=88401